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Mostrando postagens de 2013

Imagine. Sociedade Atesita/ Ateia/ Ateus Do Brasil

Imagine Imagine que não há paraíso É fácil se você tentar Nenhum inferno abaixo de nós Acima de nós apenas o céu Imagine todas as pessoas Vivendo para o hoje Imagine não existir países Não é difícil de fazer Nada pelo que matar ou morrer E nenhuma religião também Imagine todas as pessoas Vivendo a vida em paz Você pode dizer Que sou um sonhador Mas não sou o único Tenho a esperança de que um dia Você se juntará a nós E o mundo será como um só                                            John Lennon (Ateu)

1 de novembro de 1985.

Último registro? Saímos do escritório de Veidt quase meia-noite. Dreiberg, convencido de que Veidt está por trás de tudo, fala sério em visitar a Antártica. A nave dele aparentemente tem condições, mas e nós? Veidt. Não imagino oponente mais perigoso. Se a jornada for possível, rastreá-lo ao seu covil é a única opção. Mas me sinto intranqüilo. Território desconhecido... Ele poderia nos matar na neve. Ninguém jamais saberia... Primeira noite de novembro. Estou com frio. Escritórios abaixo, lajes marcando diariamente milhares de túmulos. Dentro, nos mostradores dos relógios, tão visados quanto celebridades, os ponteiros iniciam as voltas finais. O fim vem a galope, favorecendo a espora, poupando as rédeas. Acho que vamos tombar logo. Veidt é mais rápido do que Dreiberg. Talvez mais do que eu. Voltar da missão parece improvável. Última anotação. Vou mandar o diário aos únicos em quem confio. Digo a Dreiberg que preciso checar minha caixa postal. Ele acredita. Quer eu esteja vivo ou morto

21 de outubro de 1985.

Saí da casa de Jacobi às 2:35. Ele não sabe nada sobre a tentativa de desacreditar Dr. Manhattan. Foi apenas usado. Por quem? Russos parecem a escolha óbvia: Manhattan e Comediante eram figuras militares importantes. Mas Comediante falou de uma ilha, artistas e escritores vivendo nela. Não se encaixa. Não consigo me concentrar. Cansado demais. Sem dormir desde sábado. Andei pra casa passando por latas de lixo cheias de rumores de guerra, analisando fatos; corpos; motivos... aguardando um lampejo de clareza no mar de sangue. Acordei às onze com gritos lá fora. Perturbado por ter adormecido sem remover a pele da cabeça. Mais cansado do que imaginava. Devo ter mais cuidado. Do outro lado da rua, garotos com spray desfiguravam prédio abandonado. Memorizei feições e me preparei para o trabalho. Primeiro tirei meu rosto, dobrei e guardei no casaco. Sem face, ninguém me conhece. Ninguém sabe quem sou. Ao sair do quarto, encontrei a senhoria. Queixas de sempre: higiene e aluguel. Havia ma

16 de outubro de 1985.

Rua 42: seios nus se esparramam de todos os outdoors, de todos os cartazes, sujando a  calçada. Me ofereceram amor sueco e amor francês... mas não amor americano. Amor americano; como Coca em garrafas de vidro verde...eles não fazem mais. Pensei na história do Moloch a caminho do cemitério. Pode ser mentira. Parte de uma vingança planejada durante uma década atrás das grades. Mas, se for verdade, o que significa? Referência intrigante a uma ilha. Também ao Dr. Manhattan. Será que ele corre perigo? Tantas perguntas. Tudo bem. Respostas em breve. Nada é insolúvel. Existe esperança. Enquanto houver vida. No cemitério, cruzes brancas se enfileram, marcas de giz numa lousa gigante. Faço última visita em silêncio, sem alarde. Edward Morgan Blake. Nascido em 1924. Comediante por 45 anos. Falecido em 1985, enterrado na chuva. É o que acontece conosco? Uma vida de conflitos sem tempo para amigos... e no fim só nossos inimigos deixam rosas. Vidas violentas terminando violentamente. Dollar Bill,

13 de outubro de 1985

20:30. Encontrar Veidt me deixou um gosto ruim na boca. Ele é mimado e decadente. Traiu até mesmo suas próprias hipocrisias liberais. Talvez homossexual? Devo me lembrar de investigar mais. Dreiberg não fica atrás. Um fracassado lamuriando-se no porão. Por que restam tão poucos de nós na ativa e sem desvios de personalidade? O primeiro Coruja é dono de uma oficina. A primeira Espectral é uma puta velha e inchada morrendo num asilo na Califórnia. Capitão Metrópolis foi decapitado num acidente de carro em 1974. O Mariposa está num hospício no Maine. Silhouette aposentou-se em desgraça. Foi morta seis semanas depois por alguém querendo vingança. Dollar Bill foi baleado. Justiceiro Encapuzado sumiu em 55. O Comediante está morto. Só restam dois nomes na minha lista. Ambos moram no Centro Rockefeller de Pesquisas Militares. Eu vou até eles. Vou avisar o homem indestrutível que alguém planeja matá-lo. 23:30. Sexta à noite um comediante morreu em Nova York. Jogado pela janela. Quando ati

Últimos Dias

Me responda se puder Coisas que nunca pensou Hoje eu quero te dizer Um pouco mais Se soubesse que o amanhã Nunca mais fosse existir Descobrisse que o sol não vai nascer Quando finalmente perceber Entre o céu e o inferno Nada vai restar Aonde você vai passar Os seus últimos dias? Com quem você escolheu ficar Quando o céu desabar Nos seus últimos dias? Nada vai adiantar Se esconder ou se abrigar E por um segundo todos vão ser iguais Se o céu for desabar Ou então o chão se abrir E o agora é tarde pra se arrepender Quando finalmente perceber Entre o céu e o inferno Nada vai restar Aonde você vai passar Os seus últimos dias? Com quem você escolheu ficar Quando o céu desabar Nos seus últimos dias? Tão perto do fim Quando o chão se abrir Descobrir que o sol não vai nascer Aonde você vai passar Os seus últimos dias? Com quem você escolheu ficar Quando o céu desabar? Aonde você vai passar Os seus

13 de outubro de 1985

Dormi o dia todo. Acordei às 16:37, com a senhoria reclamando do cheiro. Ela tem cinco filhos de cinco pais diferentes. Deve enganar a previdência social. Logo vai anoitecer. Lá embaixo a cidade grita como um matadouro cheio de crianças retardadas. Nova York. Sexta à noite um comediante morreu em Nova York. Alguém sabe por quê. Lá embaixo... alguém sabe. O crepúsculo fede a fornicação e más consciências. Acho que vou me exercitar. Primeira visita da noite infrutífera. Ninguém sabia de nada. Sinto-me deprimido. A cidade está morrendo de hidrofobia. Será que só consigo limpar a baba da sua boca? Jamais se desesperar. Jamais se render. Deixo as baratas humanas discutindo heroína e pornografia infantil. Tenho assuntos a tratar com outra classe de pessoas.                                                                                 ▬ DIÁRIO DE RORSCHACH

Arco e Flecha da Lótus Escarlate "Guren No Yumiya"

Eles são a caça E nós os caçadores! Pobreza! Pobreza! Só há pobreza! Pobreza, mas nós somos os caçadores! Pânico! Pânico! Só há pânico! Pânico, mas nós somos os caçadores! Ninguém se lembra dos nomes das flores esmagadas Pássaros caídos esperam o próximo vento para tentar novamente Achou que tinha rezado, mas isso não irá adiantar de nada Apenas aqueles que podem lutar podem mudar nosso mundo Andando nos cadáveres, nós marchamos em frente, porcos rindo da nossa vontade de progresso Vivendo com uma prosperidade falsa como gado, nós deveríamos agarrar nossa liberdade como lobos famintos! Responda a humilhação com flechas de retaliação No lado distante da muralha, a presa é morta pelo caçador Como nossos corpos queimando de um transbordante desejo “Uma flecha flamejante Voa vindo do escarlate crepúsculo!" Mas nós somos os caçadores! Pânico! Pânico! Só há pânico! Pânico, mas nós somos os caçadores! Pego meu arco, sigo minha presa, não vou deixá-la fugir Armo meu arco, ch

12 de outubro de 1985

Carcaça de um cão morto no beco hoje de manhã com marcas de pneu no ventre rasgado. A cidade tem medo de mim. Eu vi sua verdadeira face. As ruas são sarjetas dilatadas cheias de sangue e, quando os bueiros transbordarem, todos os vermes vão se afogar. A imundice de todo sexo e matanças vai espumar até a cintura e as putas e os políticos vão olhar para cima gritando "salve-nos"... e eu vou olhar para baixo e dizer "não". Eles tiveram escolha, todos. Podiam ter seguido os passos de homens honrados como meu pai ou o presidente Truman. Homens decentes, que acreditavam no suor do trabalho honesto. Mas seguiram os excrementos de devassos e comunistas sem perceber que a trilha levava a um precipício até ser tarde demais. E não me digam que não tiveram escolha. Agora o mundo todo está na beira do abismo contemplando o inferno e os liberais, intelectuais e sedutores de fala macia... de repente não sabem mais o que dizer.